Lembranças

Oi pessoal, faz tempo que não atualizo o blog, estou na correria, mas vou arrumar mais tempo.

Esta semana tive que fazer um trabalho na faculdade da matéria de didática sobre a nossa época da escola. Tivemos que relembrar as aulas e os professores que tivemos e apontar aquele que foi inesquecível, para desta forma definir quais serão nossos métodos quando estivesmo lecionando.

Compartilho agora com vocês o meu texto e incentivo a todos a também relembrarem seus tempos de escola e ver como seus professores mudaram sua vida.

Abraço a todos.
Até mais.
LEMBRANÇAS

Lembrar de minha vida como estudante traz boas lembranças. Os momentos com os amigos, as brincadeiras, as descobertas, a relação com os professores, a alegria de tirar boas notas, a satisfação de terminar um trabalho. Tudo volta a minha mente, parece que estou vivendo novamente estes momentos, o tempo passou tão rápido, parece que foi ontem...

Visto que meus pais precisavam trabalhar, aos dois anos comecei a frequentar uma creche perto de casa, na região do Jaraguá, a Creche Mãe Rainha mantida pelo Padre Antônio Maria. Lembro-me pouco desta fase da minha vida escolar. Lembro-me principalmente das brincadeiras no parquinho, as conversas com os amiguinhos, os animais e flores que pegávamos no jardim, os momentos em que cantávamos e dormíamos de tarde, a alegria e correria para abraçar o Padre Antônio Maria quando chegava para nos visitar, o momento das refeições, lembro-me também de como ficava sem jeito ao levar bronca das professoras, que aliás, não recordo muito bem, sei o nome de duas delas apenas porque minha mãe falou. Lembro-me com um carinho especial da alegria que senti no dia em que consegui escrever meu nome pela primeira vez. Nesta fase, as professoras eram divertidas, dedicadas e às vezes autoritárias, sempre ensinando-nos com a ajuda de brincadeiras.

Na primeira série fui transferido para a E.M.E.F.M. Antônio Alves Veríssimo, lembro-me que estranhei muito a mudança e que chorei no primeiro dia de aula, foi difícil chegar a um lugar em que não conhecia ninguém. Sentei-me perto da porta, na primeira fileira, a Professora Eliane ensinou-nos a escrever a letra A em letra de mão, foi um dos dias mais difíceis, chorei porque não consegui escrever, apesar da ajuda da professora que pegava em minha mão para ajudar-me, foi muito difícil ver meus colegas conseguirem e eu não. Somente no fim da aula consegui. Pouco tempo depois mudamos de professora, a partir daquele momento aprenderíamos com a ajuda da Professora Silvana. Ela era uma ótima professora, tenho guardado até hoje o trabalho que fizemos com ela. Ela ensináva-nos a ler de maneira progressiva, ensinando-nos uma letra por vez, todos os dias chegávamos em casa e recortávamos palavras e figuras que começavam com a letra que estávamos estudando para que no dia seguinte pudéssemos aprender sobre ela, nas aulas a Professora Silvana ensináva-nos mais palavras que começavam com essa letra, colávamos as letras e figuras que havíamos recortado em casa e copiávamos as palavras que ela nos ensinava nas aulas em um “livro” que escrevemos ao longo do ano. No fim do ano ela ensinou-nos sobre as sílabas e como uni-las. Com este método aprendi a ler com facilidade. Lembro-me desta professora dedicada e apaixonada pela profissão e destes dias com muita gratidão.

Na segunda série tive aula com a Professora Regina, ela era bem divertida e descontraída, não era nada rígida, deixava a turma fazer a maior bagunça enquanto passava a maior parte do tempo sentada ou conversando na porta com as outras professoras, lembro-me em especial dos ditados para que pudéssemos aprender a escrever corretamente e das aulas de matemática onde aprendíamos continhas de mais e de menos, o que na época considerávamos muito difícil. Na terceira série estudei com a Professora Maria Aparecida, ela era rígida e dedicada ao seu trabalho. Das aulas e do conteúdo não me lembro bem, o que mais me lembro foi que em uma das aulas dela aprendemos a usar um dicionário, sempre que uso um me lembro da aula em que ela nos ensinou a usá-lo. Na quarta série, tive aula com duas professoras, a Juracy e a Rita, professoras completamente diferentes, a Professora Juracy era rígida e séria e a Professora Rita extrovertida e muito divertida, passava pouca lição, é claro que todos gostavam mais da professora Rita. Elas davam aula para a nossa turma, a 4ªE e a 4ªF, elas dividiam as matérias, antes do intervalo tínhamos aula com uma e depois do intervalo com a outra. Este foi um método usado pela direção da escola para diminuir o impacto que teríamos na quinta série, onde teríamos aula com vários professores, eu gostei muito e senti que ajudou sim a me acostumar com a rotina mais corrida da quinta série, não sei o motivo, mas este método só foi usado neste ano.

No Ensino Fundamental II, ainda no E.M.E.F.M. Antônio Alves Veríssimo, tive muitos professores, lembro-me bastante de alguns e de outros nem tanto. A Professora Vera de português, usava uma giseira, foi a primeira vez que vi algo assim. O Professor Ronaldo de história dava aula como se fossemos adultos, controlava a turma através de conversa, dava aula sem dificuldades e usava apostilas que tínhamos que comprar na secretaria da escola, ensinando-nos assim a ter responsabilidade com nosso material. A Professora Luciana de matemática, jovem e linda, era o primeiro ano que estava dando aula, ensinava muito bem, era dedicada ao seu trabalho, sabia controlar a turma e sempre nos dava presentes em épocas comemorativas, dava pra ver o prazer que ela sentia em dar aula e o quanto gostava de todos nós. A Professora Mônica de ciências, era muito inteligente e nos ensinava através de experimentos, o que tornava a aula muito mais interessante. A Professora Marisa de português, sabia muito a respeito de gramática e ensinou-nos muito bem a análise sintática, sempre lia textos conosco pedindo para cada aluno ler um trecho, ajudando-nos a criar prazer pela leitura e o costume de ler em voz alta. O Professor de ciências da sétima série, o Matheus, era muito divertido, era gordo, dava uns gritos engraçados e ensinava muito bem, lembro até hoje das aulas de educação alimentar, onde tínhamos que fazer um diário para calcular todas as calorias do que consumíamos. O Professor Mirajar de matemática, era muito conhecido na escola pelo seu jeito rígido e preguiçoso, não escrevia nada na lousa, sempre pedia para uma aluna escrever no lugar dele e dava ponto positivo para os alunos que corrigiam os exercícios na lousa. A Professora Teresa de história, ensinava muito bem e nos ajudava a criar prazer pela matéria, nos ajudou a descobrir um “mundo” novo e interessante, a “viajar” ao passado. O Professor Ricardo de matemática, ensinava muito bem e fazia conteúdos difíceis serem resolvidos facilmente, nos ajudou a se apaixonar pela equação de segundo grau.

No Ensino Médio, mudei para a E.E. Ana Siqueira da Silva, depois de muitos anos estudando em uma escola só, a mudança me ajudou muito, desta vez já tinha maturidade para lidar com mudanças e consegui fazer novos amigos com facilidade. Logo no primeiro dia de aula, conheci este que considero o professor mais inesquecível da minha vida escolar. O Professor Rivail dava aula de português, nas duas aulas que deu, nos aconselhou muito a respeito dos estudos, do futuro e da escolha de uma profissão. Tive aula com ele nos três anos do ensino médio. Ele tinha muito domínio do conteúdo das aulas, ensinava literatura, gramática e redação muito bem, lembro-me com perfeição das aulas dele, ele era rígido e tradicional, tinha muitas regras, todos os alunos tinham medo dele e ficavam em silêncio, ele era muito sistemático, calculava no relógio certinho os cinco minutos que tínhamos para entrar na sala dele. Suas aulas seguiam a mesma rotina, sempre fazia a chamada no início das aulas chamando a todos pelo nome e usava todos os minutos da aula. Explicava com muita perfeição e riqueza de detalhes, conhecia muito bem as obras de literatura que estudávamos, sua letra na lousa quando ensinava gramática, era impecável, nas aulas de redação ensinava-nos esquemas que facilitavam a escrita de textos e para nos ajudar a entender que precisamos escrever textos compreensíveis, ele fazia com que distribuíssemos nossos texto aos alunos da turma, assim podíamos também ter contato com diferentes textos. Ele sempre falava para estudarmos em casa tudo o que aprendíamos nas aulas para que pudéssemos acompanhar o que ele nos ensinava e ser bem sucedidos em suas provas. Eu sempre fazia isso e muitas vezes era o único que conseguia tirar nota positiva nas provas, sempre tirava a maior nota. Estudar sempre, como ele nos ensinava, me ajudou a criar prazer e gosto pela literatura, gramática e redação. Sempre quis ser professor e sempre gostei muito de português, depois que assisti as aulas dele, o meu desejo de ser professor cresceu ainda mais, tenho muito a agradecer a ele.

No ensino médio, tive outros professores que também ficaram em minhas lembranças, a Professora de história, da qual não me lembro o nome, que nos ensinava e explicava muito bem, sempre exibindo filmes para ajudar em nosso aprendizado. O Professor José Luiz de Biologia, que tinha muito domínio da matéria, mas dava aula apenas através de ditados, sem explicação, tornando as aulas monótonas e sem proveito, a maioria tirava notas baixas em suas avaliações baseadas em questões de vestibular. A Professora Cristina de artes que falava de um jeito muito engraçado e conhecia a todos por nome, ensinava tão bem que, até aqueles que como eu não sabiam desenhar nada, conseguiam fazer bons desenhos com as técnicas que ela ensinava. O Professor Rubens de matemática, infelizmente já faleceu, mas deixou em nós muitas lembranças boas, amava o que ensinava e tinha o dom de ensinar, amava e se preocupava conosco. Muitos outros professores marcaram minha vida e deixaram uma boa inpressão, infelizmente não poderei falar de todos, mas estão em minha memória. Sou grato a todos eles pela pessoa que me tornei. Na minha carreira como professor, me espelharei em todos eles, usando um pouco do método de cada um deles nas minhas aulas. Acima de tudo tentarei ser amigo e entender meus alunos, espero que no futuro, eles possam ter boas lembranças sobre mim.